sábado, 17 de novembro de 2012

Delegada desafia PCC em adesivo no carro e pode ser punida.



Policial que estampou mensagem no carro criticando o secretário de Segurança de São Paulo foi advertida.
A delegada da Polícia Civil de Sorocaba que usou um adesivo no carro para desafiar o PCC e criticar o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, terá sua conduta analisada pela Corregedoria da Polícia Civil e pode ser punida. Na quarta-feira (14), véspera do feriado, ela circulou de carro pela cidade exibindo no para-brisa traseiro um grande adesivo com os dizeres: "Vem PCC, tô facinha pra você! Se o secretário de Segurança não tá nem aí, eu me preocupo. Poupe pais, mães de família e o coitado do povo inocente".
Nesta sexta-feira (16), o adesivo já havia sido retirado e a delegada, que pediu a preservação de sua identidade, não quis dar entrevista. Flagrada dirigindo o carro, ela disse ao jornal Bom Dia que havia tomado a atitude depois que o governador Geraldo Alckmin afirmou não ter planos de trocar o comando da Segurança Pública mesmo com a crise no setor. "A cegueira nas atitudes do secretário perante os atos criminosos é inadmissível. Negar a onda de violência é o mesmo que dizer que Papai Noel existe. Não me conformo com esse caos", desabafou.
Ao explicar a frase que mandou estampar em seu carro, disse que não se conformava em ver inocentes morrendo na guerra da capital. "Eu me importo com o povo do meu Estado. Gostaria que o secretário de segurança se importasse da mesma maneira."
O delegado seccional André Moron, que já identificou a autora do protesto – uma delegada com 23 anos de carreira –, considerou que ela tomou uma atitude isolada e inadequada. "Num momento conturbado como este, lutamos junto contra o inimigo comum, que é o criminoso, portanto essa atitude não contribui para a segurança de ninguém", disse.
Além de advertir a subalterna, o delegado seccional acionou a Corregedoria da Polícia Civil para avaliar a conduta da delegada e tomar medidas administrativas. "Estamos propondo que a delegada perca a titularidade da delegacia pela qual responde, pois temos a convicção de que sua postura fez com que ela perdesse a credibilidade perante a comunidade e junto à Seccional."
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo informou que vai acompanhar os trabalhos da corregedoria.
*RELEMBRE O CASO
Delegada desafia PCC e ataca o secretário 
De acordo com o delegado seccional André Moron, a conduta da profissional foi considerada inadequada. A mesma afirmação foi feita pelo presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, George Melão.
Na tarde de quarta-feira (14), a delegada pagou por um adesivo que atacava diretamente o secretário de Segurança Pública do Estado, Antônio Ferreira Pinto, e transitou com o veículo pelas ruas da cidade, em sinal de protesto contra a onda de crimes que se espalha pela capital paulista.

Preocupante Para o delegado seccional, a atitude da delegada não é a postura que a Polícia Civil costuma ter. “Esta é uma atitude isolada, que se confundiu com o fato de ela ser uma delegada de polícia”, comenta.
A Delegacia Seccional avalia que o desabafo foi feito por uma cidadã e não é compatível com o cargo que ela possui. “Realizamos reuniões semanais e, por isso, se ela tivesse algo para ser dito, deveria ter feito nas reuniões fechadas. Ali sua insatisfação seria ouvida e avaliada”, complementa o delegado.
Ainda segundo André Moron, a faixa no carro desrespeitou os colegas delegados e a instituição, além das hierarquias. “Nós, enquanto funcionários públicos de segurança, recebemos ordens e as executamos. Não nos cabe discutir política e sim combater o crime”, avalia.
A união entre os membros das forças policiais de Sorocaba também é sentida por parte da Polícia Civil. “Num momento conturbado como este, lutamos juntos contra o inimigo comum, que é o criminoso, portanto esta atitude não contribuiu em nada com a sensação de segurança que lutamos tanto para manter”, diz.

Correções O fato de o nome da delegada não ser revelado faz com que as demais delegadas se envolvam no caso, segundo avaliação do seccional. “A Corregedoria da Polícia Civil já foi acionada para tomar as medidas administrativas cabíveis, após a avaliação da conduta da delegada”, adianta André Moron. “Estamos elaborando um documento sugerindo que a delegada perca a titularidade da delegacia que é responsável, pois temos a convicção que a postura dela fez com que ela perdesse a credibilidade perante à comunidade e junto à Delegacia Seccional.”
Desnecessário “Chamar para si a responsabilidade e criticar os superiores não resolve o problema”, destaca o delegado André Moron, que diz considerar o secretário de Segurança Pública, que é um profissional de confiança do Governo do Estado, um homem de postura séria. “Lamentável e desnecessária a atitude desta delegada, em todos os aspectos. Avalio que tal conduta é irresponsável. Faltou maturidade profissional antes de tomar tal decisão.”
O delegado finaliza destacando que em nenhum momento desconsidera a existência de facções criminosas e ressalta que a Polícia Civil está atenta a qualquer tipo de incidente. “Esses atos lamentáveis contra a vida mostram que este grupo deixou de ser criminoso e age como terrorista.”
Sindicato acompanha o caso
Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo fala sobre o protesto
O BOM DIA entrou em contato com o delegado George Melão, que é o responsável pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, na tarde desta quinta-feira (15). 
Por telefone, ele explicou que soube do caso envolvendo a delegada sorocabana por meio da imprensa, mas que os advogados do sindicato já foram acionados e irão acompanhar o trabalho da corregedoria. “O sindicato vê o caso com preocupação, pois não recomendamos este tipo de exposição”, avalia. 
George Melão explica ainda que, em casos semelhantes, o delegado deve procurar a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo ou o próprio sindicato. “Não acredito que houve ferimento da hierarquia, pois segundo a constituição, o delegado-geral responde diretamente ao governador”, diz.
O líder sindical comenta que o cargo de secretário de Segurança é político e administrativo, não devendo interferir diretamente nas ações das forças policiais. “Infelizmente o secretário e o governador não estão cumprindo a lei em vários aspectos, como no ato de fazer com que a corregedoria responda diretamente ao secretário.” 
Sobre a corregedoria, o delegado acredita que, apesar do nome – que faz menção a correção de atos – a Corregedoria da Polícia Civil tem atuado de forma ofensiva. “Vemos um festival de punições desnecessárias. [A corregedoria] está mais focada na política do que na correção de atos.”
Amparo Para o líder sindical, a manifestação da delegada de Sorocaba é válida, apesar de ter sido executada de forma inapropriada. “Todo o cidadão pode e deve se manifestar, afinal a segurança pública está ruim e em falta”, diz. “Estamos num momento no qual não sabemos qual proteção oferecer aos cidadãos do Estado, se nós mesmos não estamos protegidos”, complementa. 
O delegado George Melão finaliza avaliando que o protesto da delegada mostra que a Capital vive um conflito aberto que pode chegar ao Interior.
Governo do Estado pede calma à população
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), declarou ontem que o tamanho da cidade deve ser levado em consideração antes de se avaliar a onda de violência. “O Estado tem tamanho de país. Aqui é maior que a Argentina. A região metropolitana é a terceira maior metrópole do mundo, tem 22 milhões de pessoas. Então é preciso cautela para não criar uma campanha contra São Paulo e uma situação de pânico na população”, afirma.
Fonte: http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/37958/Delegada+que+desafiou+o+PCC+e+repreendida

Guarda Civil forma marinheiros de água doce

Em princípio, parece tratar-se de uma travessura do deus Netuno. Justamente em uma praia de São Paulo, lacustre, bem entendido, cidade que não tem mar – como gostam de lembrar e alardear os cariocas – está nascendo um projeto que irá disciplinar, em todo País, a fruição dos prazeres propiciados pela combinação de sol, brisas, ondas e areia.
Haverá inúmeros benefícios, como se verá adiante. O mais notável refere-se aos atropelamentos por lanchas e jet ski, que deverão desaparecer do noticiário policial. Esta novidade está embutida em um programa de revitalização da represa de Guarapiranga, ora em andamento, que prevê providências e procedimentos para transformar nossas praias em ambientes civilizados.
Membros da Guarda Civil Metropolitana são treinados pela Marinha para zelarem pelas águas da represa. Objetivo é transferir para o poder público municipal a missão de cuidar das águas da Guarapiranga. 
 Foto: Guty/Divulgação
“Conforme o seu desenrolar, essa experiência paulistana deverá se desdobrar em toda a orla brasileira”, anuncia o Inspetor Dalmo Luiz Coelho Álamo, da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Antes de prosseguir com as explicações, é necessário esclarecer por que a corporação está metida nessa empreitada, uma vez que qualquer assunto relativo às praias, inclusive as de represas, é atribuição exclusiva da Marinha. Mas ocorre que, evidentemente, a Arma não tem condições de vigiar todas as praias do País. Concentra prioritariamente seus esforços nos pontos estratégicos. Basta olhar nossas gigantescas bacias hidrográficas e os oito mil quilômetros de litoral brasileiro para compreender essa opção.
Nem a frota inglesa dos bons tempos da Rainha Vitória daria conta do recado. Por isso, a ideia de repassar tarefas localizadas para instituições regionais teve o mesmo efeito singelo de colocar o ovo de Colombo em pé. Está cabendo à GCM paulistana inaugurar a iniciativa.
Mapeamento – A primeira etapa desse programa consistiu em um minucioso mapeamento de toda a orla da represa, no sentido de marcar território para as várias atividades de lazer próprias de uma praia. Esta divisão, que está sendo finalizada, reservará áreas específicas para banhistas e para a prática de esportes náuticos. Isto quer dizer que não haverá promiscuidade entre as partes, de modo a prevenir riscos de acidentes.
Já está definido que a faixa relativa ao bairro de Capela do Socorro terá 17 pontos de aproveitamento; a de Parelheiros, quatro, assim como no M’Boi Mirim. Uma boa notícia para as mães, sempre preocupadas com o excitamento de filhos pequenos quando vão à praia e ignoram os perigos, é que está extinta a farra de se colocar embarcações na água em qualquer lugar que o dono do equipamento decida.
Caso o barco não esteja registrado em alguma marina da represa, portanto com o acesso regulamentado, somente o fará através de uma rampa pública, cercada de cuidados.
Todas essas ordenações darão novos e coloridos ares à represa, devido os cordões de bóias sinalizadoras para delimitar os espaços dos navegadores e dos banhistas.

Patrulhas – Enquanto as pessoas estiverem se divertindo – a represa recebe, em média, cinco mil visitantes por dia nos picos mais quentes – quatro barcos da GCM irão cortar as águas da represa para fiscalizar e fazer valer as novas regras.
Pela maneira como a tripulação deles foi capacitada, não se trata de marinheiros de água doce, o que é apenas uma forma de dizer, já que Guarapiranga não é salgada. Seus componentes foram treinados por especialistas da Marinha para controlar qualquer situação que se manifeste na areia ou debaixo dos seus cascos, aplicando abordagens próprias dos preceitos náuticos.
Os primeiros 10 condutores formados merecem uma menção especial. Eles já carregam no bolso a habilitação de mestre amador, um patamar bem acima do simples piloto dos barcos de recreio. Com essa carteira, eles podem praticar navegação costeira a um limite de 20 milhas, ou 37 quilômetros, inclusive para portos internacionais, conduzindo embarcações a vela ou motor. A partir dessa medida, cabem somente os grandes barcos transoceânicos. Esse preparo indica a seriedade do projeto.
Resgate No momento, a GCM possui uma frota de quatro barcos, a serem ocupados por uma tripulação entre dois ou três homens. Além das tarefas de controle, estão aptos a organizar operações de resgate e prestar socorros. Vão trabalhar com uma farda leve, constituída de short e camisa polo na cor azul marinho da corporação e tênis.
Mas ninguém deve se iludir com essa descontraída apresentação esportiva: na cintura, carregarão o revólver calibre 38 ou a pistola 380, armas utilizadas pela Guarda. O turno de trabalho somente será encerrado quando morrer o último raio de sol. “A ideia é a de ampliar esse efetivo”, anuncia o inspetor Álamo. “Já em 2013 teremos mais 10 condutores e naturalmente a frota vai aumentar”.
Convênio – Na segunda-feira passada, 12 de novembro, o prefeito Kassab se reuniu com as autoridades do 8º Distrito Naval, sediado em São Paulo, para definir a data de assinatura do convênio entre a Prefeitura e a Marinha, que deve ocorrer ainda antes do início deste verão, que se aproxima.
A partir daí, o projeto de Guarapiranga passará imediatamente a ganhar vida e tornar-se referência para todas as nossas águas, do Oiapoque ao Chuí, passando por Canoa Quebrada, Porto das Galinhas, Abaeté, Copacabana, Jurerê e Lagoa dos Patos.
Fonte: Diário do Comércio - Detalhes 
Publicado em Quinta, 15 Novembro 2012 20:44 
 

Escrito por José Maria dos Santos

Senadores por São Paulo sugerem medidas contra onda de violência



A onda de violência que atinge a cidade de São Paulo (SP) causa enorme preocupação e exige uma ação eficaz por parte dos órgãos governamentais. A afirmação foi feita pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em entrevista à Agência Senado na tarde desta sexta-feira (16). Nas últimas semanas, uma onda de violência – supostamente patrocinada por uma facção criminosa – atingiu São Paulo, região metropolitana e o estado de Santa Catarina, provocando quase 200 mortes.
Para Suplicy, é importante que haja uma colaboração entre o governo de São Paulo, o Ministério da Justiça e demais órgãos envolvidos na questão da segurança pública, como forma de enfrentar a violência na capital paulista. Ele elogiou o fato de esse “entendimento de colaboração” já ter começado.
Suplicy acrescentou que é essencial o envolvimento também da Prefeitura Municipal de São Paulo. O senador disse que o prefeito eleito, Fernando Haddad, já sinalizou que vai envolver a guarda metropolitana nas ações coordenadas pelo estado e pelo governo federal, como forma de colaborar com a pacificação da capital. Suplicy disse que podem servir de exemplo as medidas implementadas na cidade do Rio de Janeiro, onde a união entre estado, prefeitura e governo federal ajudou a diminuir a criminalidade nas favelas. 
De acordo com o senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), o governo estadual já tomou providências para enfrentar a violência. Apesar de admitir que houve demora na reação do poder público, o senador disse acreditar que, com a colaboração do governo federal, o problema será sanado. Ele também lamentou que muitas pessoas estejam deixando de ir para o litoral, com medo da violência, e o fato de muitos militares estarem lavando a farda no quartel, com receio da reação dos bandidos.
- O policial militar tem medo de se expor – declarou.
Propostas
De acordo com Antonio Carlos Rodrigues, é preciso investir em serviços de inteligência, com foco na prevenção. Ele disse que as ações ostensivas não são suficientes e pediu uma ação coordenada entre as diversas forças policiais.
Para Eduardo Suplicy, é importante a ampliação de programas com ênfase em atividades culturais e esportivas, como alternativa para a juventude diante do mundo do crime. De acordo com o senador, seria também uma medida preventiva. Ele ainda cobrou uma maior vigilância nas fronteiras – para evitar a entrada de drogas e armas ilegais – e dentro das penitenciárias, para impedir que presidiários consigam comandar ações de violência pela cidade. Suplicy ressaltou que é positiva a medida de transferir chefes de grupos criminosos para presídios federais distantes de São Paulo. 
Na visão de Suplicy, no entanto, é preciso ir além das medidas urgentes. Ele disse que muitas pessoas com dificuldades socioeconômicas terminam se envolvendo com o mundo do crime. O senador defendeu uma educação pública de qualidade e programas sociais mais amplos e profundos, como forma de proporcionar  melhores condições de vida à população. O senador aproveitou para defender a instituição da renda básica de cidadania.
- No dia em que tivermos uma renda básica de cidadania, o índice de criminalidade será menor – declarou.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), em viagem internacional, não pode atender a Agência Senado. As informações são da Agência Senado.
Foto: Reprodução/Ag. Senado
Fonte:  Blog do Delegado