Passou meio batida, ao longo do tiroteio jurídico-policial que toma conta do noticiário político nas últimas semanas, uma boa notícia para a cidade de São Paulo.
Sem fazer alarde, montando passo a passo o seu quebra cabeças, o prefeito eleito Fernando Haddad, do PT, que toma posse daqui a três semanas, conseguiu formar uma equipe qualificada, com técnicos de capacidade reconhecida e os melhores quadros políticos dos partidos aliados.
A costura de Haddad permitiu também que o novo prefeito montasse sólida maioria na Câmara Municipal, que será presidida pelo veterano vereador petista José Américo, que foi um dos coordenadores da sua campanha.
O grande desafio é aprovar o novo Plano Diretor da cidade em que constarão as diretrizes dos projetos previstas no Arco do Futuro, o principal projeto anunciado por Haddad durante a eleição municipal.
Não deve ser fácil abrigar sob o mesmo teto interesses tão variados como os do PMDB, PSB, PTB, PCdoB, PV, as diversas correntes internas do PT e o PP de Paulo Maluf, que reivindicou a área de habitação no acordo firmado entre os dois partidos.
A indicação do nome do PP era o maior problema para Haddad cumprir o acordo e não desagradar os movimentos sociais do PT ligados à moradia, mas ele conseguiu encontrar uma solução técnica: o engenheiro José Floriano de Azevedo Marques Neto, formado pela Escola Politécnica da USP, que trabalha na área de habitação popular.
Floriano não é filiado a nenhum partido político e sua indicação foi feita pelo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, do PP, com quem deverá trabalhar em parceria.
Haddad pretende transferir a aprovação de empreendimentos de médio e grande porte, área que foi alvo de denúncias de corrupção na administração de Gilberto Kassab, para a secretária de Controle Urbano, a arquiteta Paula Motta Lara, que foi diretora do Aprov na gestão de Marta Suplicy.
Com as nomeações de Floriano para Habitação e do ex-ministro Juca Ferreira para a Cultura, o prefeito eleito deverá anunciar a equipe completa de 27 secretários ainda esta semana, sem ter criado atritos com os partidos da sua base aliada, o que é prenúncio de um início tranquilo para a nova administração.
Enfim, uma notícia boa.