Do G1.com.br
O reitor da Universidade de São Paulo (USP), João Grandino Rodas, explicou nesta quinta-feira (29) sua decisão de contratar o policial militar aposentado Luiz de Castro Junior para o cargo de superintendente de Segurança da Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital paulista. Segundo o reitor afirmou ao programa "Palavra do Reitor", da Rádio USP, a estrutura da Guarda Universitária nos últimos dez anos era "irregular", porque a segurança na universidade era chefiada por um policial civil na ativa, cedido pela Secretaria de Segurança do governo estadual.
Além disso, Rodas afirmou que, nas condições atuais, "sem crítica nenhuma à gestão anterior, o fato é que não há meios e modos suficientes para coibir roubos internos na universidade". Ele explicou ainda que, apesar das falhas na guarda universitária atualmente, "não é possível acreditar" que a Polícia Militar possa ficar responsável pela segurança nos campi
"Na USP hoje temos algo que precisaria ser mudado, temos um policial civil da ativa chefiando
isso, o que é irregular. Não tínhamos outra saída, tínhamos que captar dentro do mercado", explicou. O reitor justificou a contratação do ex-PM afirmando que fez uma pesquisa e concluiu que a maioria das empresas privadas e públicas, além de outras universidades pelo Brasil, usam profissionais oriundos do Exército ou da Polícia Militar para chefiar sua segurança patrimonial porque, no Brasil, "não há cursos superiores que preparem a pessoa para a segurança".
Castro Junior, que a partir de agora vai coordenar a reformulação da guarda, foi escolhido pelo reitor porque, segundo Rodas, ele chefiou uma diretoria da PM destinada a ações de policiamento comunitário e direitos humanos. "A escolha dele foi feita a dedo, justamente porque todos aqueles que ministram na área o conhecem como pessoa de grande sensibilidade."
À rádio, o reitor explicou que pelo menos 16 membros da "cúpula universitária consideraram em primeiro lugar que a universidade precisa ter uma guarda que tenha características próprias de segurança patrimonial e de pessoas". Segundo ele, a "polícia interna" da USP não terá aspectos da polícia militarizada, e será moldada "de uma forma comunitária e dentro dos direitos humanos".
Rodas disse, porém, que a guarda ainda servirá apenas para a segurança interna, sem poder de polícia, e que contará com as polícias civil e militar quando for necessário. "O mundo evolui, os números aumentam e também há um aumento da criminalidade, que não é logo só da USP, nem só de Sã
o Paulo, nem só do Brasil mas do mundo", disse Rodas
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