Duas bases comunitárias da GCM, que um dia, foram promessas de segurança para os moradores da Vila Jacuí e Jardim Helena, na Zona Leste de São Paulo, estão desativadas e sustentam nas paredes as marcas do vandalismo e abandono. Pior: uma delas virou ponto de uso de drogas e hoje é motivo de disputa entre ambulantes, que pretendem construir ali um banheiro, e a Prefeitura, que fala em fazer um projeto social no local. A outra também é usada como “sala” pela bandidagem.
A do Jardim Helena, na Rua São Gonçalo do Rio das Pedras, é a que está em pior estado. Usuários de drogas usam o espaço no qual um dia agentes da Guarda Civil faziam plantão como refúgio para a prática de crimes. Os comerciantes e vendedores que trabalham ao lado da Estação da CPTM Jardim Helena até se uniram para construir no lugar um banheiro público.
Eles dizem ter conseguido autorização da subprefeitura do bairro para a reforma, inclusive fecharam com blocos o buraco aberto por bandidos na parede. “Nós estamos cuidando, compramos uma caixa d’água. Vamos zelar pelo espaço e fazer um banheiro público que vai ajudar muita gente”, conta Cleber Belarmino Pereira, de 37 anos, que trabalha na praça como vendedor ambulante.
Questionada sobre a liberação do espaço, a Subprefeitura de São Miguel Paulista negou ter dado sinal verde à obra e diz que o posto foi cedido para a Associação Message Soul, que vai desenvolver ali atividades culturais. Ela não comentou o fato de os comerciantes terem até “fechado” a base com blocos.
Já os vizinhos da Praça Fortunato da Silveira, em frente à Universidade Cruzeiro do Sul, queixam-se do aumento da violência após a saída dos policiais. No local é frequente o roubo de carros e assaltos. O caso mais grave foi o sequestro de uma universitária na porta da faculdade, divulgado pelo DIÁRIO em 9 de agosto. Quem mora ali atribui o aumento da criminalidade ao fechamento das bases. A delegacia mais próxima fica no centro de São Miguel, a quase 15 minutos da praça. “Viaturas policiais aparecem só quando tem alguma ocorrência. Não fica um carro aqui. Já chamei a polícia porque tive problemas com menores de idade consumindo álcool aqui dentro e a viatura demorou meia hora para chegar”, diz Gilmara Belarmino, de 29 anos, gerente de uma doceria em frente da base desativada.
A subprefeitura informou que as bases comunitárias da GCM estão disponíveis para a ocupação de organizações de bairro para o desenvolvimento de projetos culturais ou educacionais sem fins lucrativos, mas não disse se há algum incentivo financeiro para tirar os projetos do papel.
Extraído do Blog Amigos da Guarda Civil
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